Vila Real






Vila Real é o 11º maior distrito português, com uma área de 4 328 km². Divide-se em catorze municípios e a sede do distrito é a cidade com o mesmo nome. Pertence à antiga província de Trás-os-Montes e faz fronteira a norte com Espanha. A população lá residente é cerca de 213 755 habitantes.
 João Prisco







O distrito de Vila Real possui indícios de ter sido habitado desde o paleolítico. Vestígios de Povoamentos posteriores, como o Santuário Rupestre de , revelam também a presença romana.

Só em 1289, por foral do rei D.Dinis, foi fundada efectivamente a Vila de Real de Panóias, que se tornou, mais tarde, na cidade de hoje em dia. No entanto, ao que parece, já em 1139 se chamava “Vila Rial” ao promontório onde nasceu a Vila Real actual, na altura pertencente à freguesia de Vila Marim.

A presença da Casa dos Marqueses, a partir do séc. XVII, fez com que muitos nobres da corte também se fixassem nesta zona, facto comprovado pelas inúmeras pedras-de-armas com os títulos de nobreza dos seus proprietários que ainda hoje se vêem na cidade.

O distrito conheceu um grande incremento com a construção da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em 1986, contribuindo para o aumento demográfico e revitalização da população.
Nos últimos anos, foram criados em Vila Real vários equipamentos culturais, que trouxeram novo dinamismo à cidade, como o Teatro de Vila Real e o Conservatório de Música.

Pedro Faustino





| Casa de Mateus |

A Casa de Mateus, classificada como Monumento Nacional em 1911, foi mandada construir no séc. XVIII por António José Botelho Mourão. O projecto é atribuído a Nicolau Nasoni, possui uma arquitectura marcadamente barroca e prima pela riqueza da decoração e pela racionalidade da planta. Para além da casa propriamente dita, a construção engloba ainda uma capela e uma adega. A escultura de João Cutileiro, existente no lago desde 1981, é já parte integrante da imagem da Casa.
Actualmente, pertence à Fundação de Mateus onde têm lugar actividades culturais (tais como seminários, cursos de música, festivais de música e exposições de arte) referentes à fundação, cujo Presidente é D. Fernando de Sousa Botelho de Albuquerque. No sentido de melhorar a oferta cultural, a casa de os anexos agrícolas são reabilitados e restaurados, sendo criados novos núcleos de exposição que complementam o museu.
João Prisco


| Santuário de Panoias |

Localizado em Vale de Nogueiras, Vila Real, O Santuário de Panoias é único na Península Ibérica, sendo considerado Monumento Nacional. Devido às suas características, pensa-se ser um santuário ligado às divindades infernais.




O santuário é composto por três pedregulhos, nos quais foram abertas cavidade e construídas escadas. Em qualquer uma das três rochas existem vestígios de pequenos templos onde decorriam os rituais. Na rocha que se encontra à entrada foram gravadas diversas inscrições, em latim e em grego. Nessas inscrições estão descritos os rituais celebrados e os deuses a quem estes eram dedicados. 


João Prisco


| Santuário de Nossa Senhora da Graça|




O Santuário situa-se a 900 metros de altitude, no topo do Monte Farinha a partir do qual se tem vista maravilhosa sobre a vila de Mondim de Basto. Segundo a lenda, terá existido aqui o lar da tribo dos Tamecanos, a cidade de Cinínia, até ao seu abandono forçado pelos Romanos.


O edifício que pode ser visitado actualmente data de 1775 e todos os anos, no primeiro domingo de Setembro, enche-se de fiéis e visitantes com as festividades relativas à Nossa Senhora da Graça.

                                          

João Prisco




| Teatro Municipal de Vila Real |

O Teatro De Vila Real foi projectado em 2000 por Filipe Oliveira Dias e inaugurado em 2004. Está inserido na Rede Nacional de Teatros o que resulta num diálogo constante com os agentes e produtores nacionais e, como tal, tem um vasto leque de ofertas culturais para o público.




Com uma arquitectura orgânica e moderna e localizado em frente do parque do Corgo, é composto pelo Grande Auditório que alberga 500 pessoas, o Pequeno Auditório com capacidade para 145 espectadores e o Auditório Exterior com 700 lugares. Possui ainda a Sala de Exposições, o Café-Concerto (no qual as pessoas têm a oportunidade de assistir a espectáculos enquanto estão na esplanada, a Galeria-Bar e duas salas de ensaios. No teatro funciona ainda o Museu do Som e da Imagem.  
















João Prisco



| Casa de Diogo Cão |
A casa de Diogo Cão é uma casa existente na freguesia de São Dinis, distrito de Vila Real. Terá sido construída na segunda metade do século XV, uma vez que é este o local onde terá nascido o famoso navegador transmontano que, em 1482, descobriu a foz do rio Zaire.
Localizada bem no centro da Cidade, possui uma traça que se enquadra na arquitectura civil edificada na vila na segunda metade do século XV e primeira metade do século XVI. O actual edifício tem dois pisos, com escadaria exterior de pedra lançada sob uma alçada. No entanto, encontra-se muito desvirtuado da sua traça original, não só pelas obras quinhentistas e seiscentistas que tiveram como objectivo o enobrecimento do edifício, mas também pelas campanhas de restauro realizadas no século XX, que alteraram muito a estrutura existente.
A Casa de Diogo Cão encontra-se classificada como imóvel de interesse público.




Pedro Faustino




Calçada de Vila Real
em Livro Sob os nossos pés
Carolina Faria


|Ponte de Pedrinha (Boticas)| 

Esta ponte medieval contém cinco arcos que atravessam o rio Beça e sustentam um tabuleiro com guardas, completava a antiga estrada que fazia a ligação entre Braga e Chaves

 Segundo a lenda, os mouros que construíram a ponte trabalharam apenas durante a noite porque tinham medo de ser mortos durante o dia. Os trabalhadores tiveram de fugir antes de terminarem a ponte, mas faltava apenas colocar uma pedra, por isso ficou conhecida como a Ponte da Pedrinha.  










| Anta de Fonte Coberta |

A Anta de Fonte Coberta encontra-se implantada no centro de uma vasta planície, no planalto da Chã, integrada na freguesia de Vila Chã, no concelho de Alijó.
Enquadra-se no período do Neolítico e mede ao nível de base, cerca de 4,80m de comprimento. É constituída por sete esteios em granito, por uma laje e por um diminuto corredor formado por dois esteios deitados.
Num dos esteios, existem vestígios de pinturas em cor vermelha. Em alguns dos esteios existem também algumas gravuras insculpidas, como covinhas e alguns sulcos.
Foram identificados alguns vestígios da existência de mamoa, ou seja, vestígios de que esta anta estaria parcialmente enterrada. Esta estrutura também foi parcialmente recuperada, tendo sido recolocados alguns esteios que estavam caídos.
Esta anta foi classificada como Monumento nacional em 23 de Junho de 1910.


Pedro Faustino

| Mão do Homem |

“Mão do Homem” é um altar rupestre datado do Bronze Final ou da Primeira Idade do Ferro. É um grande rochedo de fragas de granito que faz parte de um afloramento rochoso situado na aldeia de Escariz, no distrito de Vila Real.
Na superfície superior da rocha, quase lisa e um tanto inclinada para sul, podem ver-se diversas inculturas, representado mãos ou até mesmo braços.
A exposição solar do outeiro, as abundantes águas e o castro da Cividaia, localizado mais abaixo, nas margens do rio, são as principais razões apontadas para que povos primitivos tivessem escolhido o sítio Mão do Homem para fins culturais.

Pedro Faustino



| Lagares escavados na rocha | 

A introdução da vinha no decurso da romanização é perceptível em alguns locais espalhados pelo concelho de Valpaços. Foram assim localizados 67 lagares por 12 freguesias do concelho valpacense, onde se destaca a freguesia de Santa Valha, com 21 "peças raras".
     Acredita-se que os lagares de valor mais primitivo, de origem no homem primitivo, paleolítico superior, onde a sua tipologia em alguns casos distinta, demonstra o engenho no trabalho da pedra. Estes foram feitos numa superfície praticamente lisa e a apenas com um sulco escavado na rocha para não deixar escapar o vinho. Assim, pisavam as uvas e recolhiam o vinho num recipiente e provavelmente deixavam-no fermentar nesse mesmo. Mais tarde, já com melhores materiais de corte da pedra, começaram então a escavar a rocha mais profundamente, elaborando lagares mais parecidos com os actuais, onde já deixavam as uvas fermentar.

Lagar escavado na rocha, pertencente a Santa Valha


Ana Basílio






| Quedas de água das fisgas de Ermelo |


Trata-se de uma das maiores quedas de água de Portugal. Uma barreira de quartzitos forma um enorme socalco, separando a zona granítica da xistosa, mais vulnerável à erosão. Por isso, o trabalho milenar de água cavou um desnível de quase 200m, através do qual o rio Oslo se despenha numa cascata deslumbrante. No topo das quedas, a montante, situam-se belas lagoas, muito procuradas no Verão.




Diogo Couto







|Lenda do Calhau do Encanto|


Na Serra do Alvão, junto da povoação de Arnal, há um fragão conhecido por Penedo Negro, ou A Capela, por ter um corte semelhante á porta de uma Igreja. Todos passavam por lá com o credo na boca pois, á meia-noite, lá dentro, ouvia-se um cantar muito triste e arrastado de uma mulher.


Certa madrugada, passou por lá um aldeão que ia às compras na Vila, e ouviu um som semelhante ao ranger de gonzos de pesado portão. Com a pele arrepiada, este olhou para a fonte do barulho e deu com os olhos numa senhora muito bonita de sorriso triste mas encantador que lhe disse com voz meiga:


- Não tenhas medo e presta bem atenção ao que vou dizer-te. Eu sou uma moura encantada e tenho tanto oiro que nem balanças possam pesar. Pois todo este oiro será teu e eu própria irei para tua casa e casarei contigo, se conseguires desencantar-me. Para que isso aconteça, traz da vila uma bola de quatro cantos. Mas toma bem sentido: não a “encertes” por nada deste mundo; senão dobras-me o encanto.


Após o dizer, desapareceu de novo para o interior do Penedo Negro e a porta voltou a fechar-se. O aldeão retomou, então, a sua descida pela serra até á Vila, sempre a lembrar-se do que a Senhora lhe tinha dito. Assim que chegou á Vila comprou a bola de quatro cantos e só depois fez compras para si e seus vizinhos. Após as compras feitas, pôs-se a caminho de casa. Cansado, pois ainda não tinha comido nada e a viagem era penosa e longa, sentiu uma vontade irresistível de comer a bola de quatro cantos, mas ao lembrar-se da Senhora decidiu pôr de parte essa ideia maluca.


Mas um pouco acima de Agarez avistou uma fonte que o convidou a descansar e beber um pouco da sua água. Mas o homem continuava com fome por isso pensou para com os seus botões que, se comesse pelo menos um dos cantos da bola que a Senhora não ficaria zangada. E, meu dito meu feito. O homem já mais satisfeito, retomou a subida pela encosta, e ao chegar ao Penedo Negro bateu nele com a ponta do varapau onde levava as suas coisas. A porta abriu-se rapidamente e dela saiu a Senhora, mas agora com o semblante carregado, e disse-lhe com um ar severo.

- Em cavalo de três pernas,

Contigo não posso ir.

Fecha-te porta de pedra,

Para nunca mais te abrir.

E desapareceu, rapidamente, atrás da porta de pedra para sempre.
O pobre do homem, voltou para a sua terra, condenado a passar o resto da sua vida a lamentar-se por ter comido da bola.
| Lenda do cabrito de Pegarinhos (Concelho de Alijó) |

 Certo dia, um homem viu um largo com uma relva muito verde, onde lá pastava um cabrito. O homem vendo o cabrito sozinho, decidiu leva-lo consigo, agarrou o cabrito e levou-o ao colo, mas chegou a um ponto que o cabrito começou a pesar mais. Então, este pegou no cabrito pelas patas e levou-o ao pescoço. Á medida que o homem andava o cabrito ia pesando mais e mais, então decidiu parar ao pé de um muro para descansar as costas. Ao encostar-se ao muro o cabrito disse:

-Pousa devagar que me quebras a meija [coluna]!

 O homem assustou-se por ouvir o cabrito falar e disse muito aflito:

- Credo Santo Nome Jesus!
Ouviu-se um estrondo e o cabrito desapareceu. O homem foi para casa cheio de medo, meteu-se na cama e nunca mais saiu. Ao fim de três dias morreu.


Cláudia Braga



 
| Jogo do “Panelo” |

 Na noite do dia 28 de Junho, véspera da Festa de S.Pedro, também conhecida em Vila Real por “Feira dos Pucarinhos”, é costume, algumas pessoas, maioritariamente jovens, comprarem algumas peças de barro preto, em especial as peças defeituosas, e fazerem um jogo em roda, em que a peça de barro é atirada de uns para os outros até alguém a deixar cair ao chão.



 Antigamente, os jovens estudantes do Liceu Nacional de Vila Real (agora Escola Secundária de Camilo Castelo Branco), costumavam organizar-se de maneira a que, enquanto uns distraiam os vendedores, outros tiravam as peças.



 Contam os mais idosos que, as crianças que não tinham dinheiro para comprar um “panelo” escondiam-se debaixo das saias das pessoas mais velhas e roubavam uma ou outra peça.

                                          
                                                                                                          Cláudia 
Braga


| O Cepo de Natal |

 Na altura do Natal, muitas terras em Vila Real, têm o costume de acender o cepo no maior largo de cada aldeia.


 Este costume deve-se á mímica dos pastores que acenderam fogueiras na noite do nascimento do Menino, há dois mil anos, para se aquecerem, mas também como símbolo da Luz que veio ao mundo.



 Enquanto o cepo arde, os populares ficam á sua volta a cantar, a dançar, a fazer jogos tradicionais e a vê-lo arder até de manhã, quando a enorme fogueira se apaga.

Devido á forte desertificação das áreas rurais, teme-se que daqui por uns anos, este costume se perca pela falta de transmissão dos velhos costumes ás novas gerações.



                                                                                                                     Cláudia Braga






| Barro Preto |

Bisalhães é a cidade da “Olaria Negra”, no concelho de Vila Real. Conhecida pela tradição da olaria, as suas peças são procuradas pela beleza decorativa, e diz-se que é um barro ideal para fazer assados.


Mas o que o torna tão especial é o facto de não parecer barro mas sim metal. Aqui o vermelho habitual dá lugar a um preto brilhante…Na realidade, a matéria-prima é a usada habitualmente: o barro vermelho., sendo que a cor preta é adquirida na cosedura. O barro vai ao forno e é abafado com caruma. Em seguida, leva mais lenha por cima. E é a concentração do fumo que transforma essas peças no famoso "Barro Negro”. 





No entanto, a olaria negra é, como tantas outras, uma actividade em risco. Se os jovens não se interessarem por esta arte, ela acabará por morrer.



Pedro Faustino

 |Linhos de Agarez |

Grande parte das casas de lavoura da região dispunham, no passado, de um tear, de que ainda podemos ver em certas aldeias, como Agarez, a mais representativa, mas também Mondrões e Couto, em Adoufe, onde algumas artesãs continuam a trabalhar o linho. 

Hoje, é raro o cultivo local da planta, mas as fases consequentes, como sejam o ripar, o espadelar, o fiar e o tecer, embora com algum escasseio, ainda vão sendo praticadas. 

Trata-se de um tipo de artesanato extremamente apreciado, que chega até nós em várias formas, nomeadamente colchas, toalhas, e panos. É na feira de S. Pedro, em Junho, que, anualmente, os Linhos de Agarez, juntamente com os “Barros Pretos de Bisalhães” têm o seu momento de protagonismo.









http://www.cm-vilareal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=844&Itemid=275
Ana Marina Santos










A gastronomia de Vila Real é rica em doces conventuais, dos quais se pode destacar o "Toucinho do Céu", os "Pitos de Santa Luzia", as "Ganchas de S. Brás", entre outros igualmente saborosos. Como pratos típicos, servem-se em Vila Real, em quantias abundantes, cabrito assado com arroz de forno, vitela assada, joelho da porca e diversos pratos de bacalhau, etc. Tradicionais são também as bolas de carne, os covilhetes, as cristas de galo, as tigelinhas de laranja e as cavacas.


Presunto



Entre os pratos típicos e os produtos gastronómicos de Vila Real podem-se referir o salpicão, as linguiças, as alheiras, a posta barrosã, os milhos à romana, as trutas recheadas com o famoso presunto de Chaves.


Também podemos referir os Pasteis de Chaves e o Folar, uma iguaria de carne de porcopresuntosalpicão e linguiça, o Pão de centeioCouve pencaBatata de Trás-os-Montes, maravilhoso mel e o seu apreciado vinho. Tanto o presunto como os enchidos são secos e curados ao fumo das lareiras.
Feijoada à Transmontana


Os peixes mais típicos são os do rio Tâmega, barbos, escalos, bogas e trutas, sendo estas últimas recheadas habitualmente com presunto. Outros pratos da cozinha regional merecem ser destacados, como o cabrito assado ou estufado, a feijoada e o cozido à transmontana.


José Pedro Franco


|"Pitos" de Santa Luzia e "Ganchas" de São Brás|

  Os "Pitos" de Santa Luzia e as "Ganchas" de S. Brás são dois famosos doces tradicionais de Vila Real, cada um com a sua história, mas ambos ligados pela malícia de um povo que gosta de brincar, sem ofender!
As "ganchas" são rebuçados em forma de báculo enfeitados com papel colorido. Diz-se em forma de báculo e não de bengala, por estarem associadas a São Brás, o santo que tomou a púrpura do bispado, e a quem todos os anos (dias 2 e 3 de fevereiro) se organizam festas. Nesses dias, em Vila Real é costume as raparigas pedirem a "gancha" aos rapazes. São Brás,  venera-se na respectiva capela, localizada na Igreja de S. Dinis, na "Vila Velha", com festa nos dias 2 e 3 de Fevereiro.



  Já no dia de Santa Luzia  (13 de Dezembro), são as raparigas que dão o "pito" aos rapazes. Os "pitos" são uma especialidade, também única em Vila Real, feita de farinha de trigo, açúcar e doce de calondro (abóbora), de fabrico tradicional.

 Sabe-se lá porque é que o povo lhe pôs em cima tanta malícia!Santa Luzia venera-se, com festa no dia 13 de Dezembro, na respectiva capela, localizada na localidade de Vila Nova, freguesia de Folhadela. Também se celebra em Ermida (Capela de S. Gonçalo) e em Vila Marim.  



Ana Marina Santos




| Nadir Afonso |

 Nadir Afonso Rodrigues  (Chaves,  4 de Dezembro de 1920) é um arquitecto e pintor português. Diplomou-se em Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Em 1946 estuda pintura na École des Beaux-Arts em Paris, e obtém por intermédio de Portinari, uma bolsa de estudo do governo francês.
De 1948 a 1951 foi colaborador do arquitecto Le Corbusier e serviu-se algum tempo do atelier Fernand Léger.
De 1952 a 1954, trabalha no Brasil com o arquitecto Oscar Niemeyer.
Nesse ano, regressa a Paris, retoma contacto com os artistas orientados na procura da arte cinética, desenvolvendo os estudos sobre pintura que denomina “Espacillimité”.
Na frente da arte mundial, expõe, em 1958, no Salon des Réalités Nouvelles, o trabalho "espacillimités", animado de movimento.
Em 1965, Nadir Afonso abandona definitivamente a arquitectura. Refugia-se pouco a pouco num isolamento e caracteriza o rumo da sua vida exclusivamente dedicado à criação da sua obra.
Em Janeiro de 2009 foi apresentado em Chaves o projecto da autoria de Siza Vieira,  da sede da Fundação Nadir Afonso, um empreendimento orçado em 8,5 milhões de euros e que deverá abrir ao público em 2011.  
Em Dezembro de 2010, já com 90 anos, foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem de Santiago da Espada, por mérito artístico.


Ana Marina Santos

| Camilo Castelo Branco |

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco  foi um escritor português, romancista,  cronista,  crítico,  dramaturgo,  historiador,  poeta e tradutor. Foi ainda o 1.º visconde de Correia Botelho,  título concedido pelo rei D. Luís de Portugal. Foi um dos escritores mais prolíferos e marcantes da literatura portuguesa contemporânea.
Camilo Castelo Branco nasceu em 1825, em Lisboa, mas os seus antepassados paternos são de Vila Real. 
A chamada Casa dos Brocas, na rua que tem hoje o nome do romancista, foi mandada construir pelo seu avô, o doutor Domingos José Correia Botelho.
Camilo viveu alguns anos da sua infância e adolescência em Vila Real e Vilarinho da Samardã. Nesta pitoresca aldeia das faldas do Alvão, existe ainda a casa onde morou.
Alguns quilómetros acima, o Fojo do Lobo, cujo funcionamento Camilo descreve numa das «Novelas do Minho».   A cidade de Vila Real, por seu turno, está também cheia de memórias de Camilo. Aqui deu os primeiros passos na literatura, enviando agressivos artigos de carácter político para os jornais do Porto. A Casa dos Brocas, a Quinta de Montezelos, a Rua Direita, o Bairro dos Ferreiros e outros lugares ainda nos falam da presença de um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos.